segunda-feira, outubro 31, 2005
sábado, outubro 29, 2005
quinta-feira, outubro 27, 2005
Arbeit macht frei ( O trabalho liberta)
Devemos conhecer a História para evitar os erros do Passado, dizem. Se há grandes feitos históricos para celebrar, há também a História inumana que não pode ser esquecida.
Os arquivos históricos provam que, há pouco mais de meio século, 7 820 000 pessoas foram conduzidas para campos de concentração nazis. Sobreviveram 700 000. Cerca de 5 500 000 pessoas (judeus, polacos, ciganos, prisioneiros de guerra soviéticos, eslavos, húngaros, checos, etc) foram condenados a campos de extermínio situados na Polónia – Auschwitz-Birkenau (1940-1945), por exemplo.
Sobreviveram 100 000.
São números que constam nos arquivos, cheios de pó, mas cada um deles tem um rosto.
Há 60 anos atrás, os portões de Auschwitz abriram-se. Foi no dia 27 de Janeiro de 1945.
Nevava. Os sobreviventes vestiam um uniforme às riscas e a maioria estava descalça quando passaram o portão para a liberdade. Um milhão e meio de companheiros de infortúnio ficava para trás, reduzidos a cinzas ou sepultados numa vala comum, no maior cemitério do mundo.
Obrigada à amiga Anabark pela foto e pelo texto!!!!
quarta-feira, outubro 26, 2005
I am a bird now
Anthony & The Johnsons
31 de Outubro – 21h00 (Coliseu de Lisboa - abertura de portas às 20H00) * A edição deste ano dos conceituados prémios de música britânicos - atribuídos através da votação de especialistas da indústria discográfica britânica, jornalistas e artistas -, distinguiu Antony com o prémio no valor de 29 mil euros. Antony eliminou assim concorrência, entre os quais se destacavam os projectos Coldplay (X&Y), Bloc Party (Silent Alarm), Kaiser Chiefs (Employment), M.I.A. (Arular), entre muitos outros, seguindo-se aos escoceses Franz Ferdinand que ganharam a edição de 2004.
2ª feira no coliseu
o Antony, os Johnsons, as manas e eu...
31 de Outubro – 21h00 (Coliseu de Lisboa - abertura de portas às 20H00) * A edição deste ano dos conceituados prémios de música britânicos - atribuídos através da votação de especialistas da indústria discográfica britânica, jornalistas e artistas -, distinguiu Antony com o prémio no valor de 29 mil euros. Antony eliminou assim concorrência, entre os quais se destacavam os projectos Coldplay (X&Y), Bloc Party (Silent Alarm), Kaiser Chiefs (Employment), M.I.A. (Arular), entre muitos outros, seguindo-se aos escoceses Franz Ferdinand que ganharam a edição de 2004.
2ª feira no coliseu
o Antony, os Johnsons, as manas e eu...
Parabéns ao Rubenzinho!!!!
Quando veio,
Mostrou-me as mãos vazias,
As mãos como os meus dias,
Tão leves e banais.
E pediu-me
Que lhe levasse o medo,
Eu disse-lhe um segredo:
"Não partas nunca mais".
E dançou,
Rodou no chão molhado,
Num beijo apertado
De barco contra o cais.
E uma asa voa
A cada beijo teu,
Esta noiteSou dono do céu,
E eu não sei quem te perdeu.
Abraçou-me
Como se abraça o tempo,
A vida num momento
Em gestos nunca iguais.
E parou,
Cantou contra o meu peito,
Num beijo imperfeito
Roubado nos umbrais.
E partiu,
Sem me dizer o nome,
Levando-me o perfume
De tantas noites mais.
E uma asa voa
A cada beijo teu,
Esta noite
Sou dono do céu,
E eu não sei quem te perdeu.
Pedro Abrunhosa "Eu não sei quem te perdeu"
Mostrou-me as mãos vazias,
As mãos como os meus dias,
Tão leves e banais.
E pediu-me
Que lhe levasse o medo,
Eu disse-lhe um segredo:
"Não partas nunca mais".
E dançou,
Rodou no chão molhado,
Num beijo apertado
De barco contra o cais.
E uma asa voa
A cada beijo teu,
Esta noiteSou dono do céu,
E eu não sei quem te perdeu.
Abraçou-me
Como se abraça o tempo,
A vida num momento
Em gestos nunca iguais.
E parou,
Cantou contra o meu peito,
Num beijo imperfeito
Roubado nos umbrais.
E partiu,
Sem me dizer o nome,
Levando-me o perfume
De tantas noites mais.
E uma asa voa
A cada beijo teu,
Esta noite
Sou dono do céu,
E eu não sei quem te perdeu.
Pedro Abrunhosa "Eu não sei quem te perdeu"
terça-feira, outubro 25, 2005
Amor...Um Mito?
"Observando que as pessoas apaixonadas estão sempre cheias de ansiedade e de plenitude, inventam mil desculpas para estar com a pessoa amada ou para seduzi-la e também serem amadas, o mito narra a origem do amor, isto é, o nascimento do deus Eros (que conhecemos mais com o nome Cupido):
Houve uma grande festa entre os deuses. Todos foram convidados, menos a deusa Penúria, sempre miserável e faminta. Quando a festa acabou, Penúria veio, comeu os restos e dormiu com o deus Poros (o astuto engenhoso). Dessa relação sexual, nasceu Eros (ou Cupido), que, como a sua mãe, está sempre faminto, sedento e miserável, mas, como o seu pai, tem mil astúcias para se satisfazer e ser amado. Por isso, quando Eros fere alguém com sua flecha, esse alguém apaixona-se, sentindo-se faminto e sedento de amor, inventa astúcias para ser amado e satisfeito, ficando ora maltrapilho e semimorto, ora rico e cheio de vida."
Houve uma grande festa entre os deuses. Todos foram convidados, menos a deusa Penúria, sempre miserável e faminta. Quando a festa acabou, Penúria veio, comeu os restos e dormiu com o deus Poros (o astuto engenhoso). Dessa relação sexual, nasceu Eros (ou Cupido), que, como a sua mãe, está sempre faminto, sedento e miserável, mas, como o seu pai, tem mil astúcias para se satisfazer e ser amado. Por isso, quando Eros fere alguém com sua flecha, esse alguém apaixona-se, sentindo-se faminto e sedento de amor, inventa astúcias para ser amado e satisfeito, ficando ora maltrapilho e semimorto, ora rico e cheio de vida."
segunda-feira, outubro 24, 2005
colhes o que semeias?
" Semeia um pensamento, colhes um acto.
Semeia um acto, colhes um hábito.
Semeia um hábito, colhes um carácter.
Semeia um carácter, colhes um destino."
Semeia um acto, colhes um hábito.
Semeia um hábito, colhes um carácter.
Semeia um carácter, colhes um destino."
sexta-feira, outubro 21, 2005
Espera...
Como uma folha, para o vento a levar
Espera...
Como uma onda, para rebentar
Espera...
Como uma nuvem, para ser formada
Espera...
Como uma criança, para ser alimentada
Espera...
Como uma flor, para ser colhida
Espera...
Como uma fêmea, para ser possuída
Espera...
Como uma andorinha, pela primavera
Espera...
Como só uma mulher espera...
***Desenho de Sr. Nefasto
quinta-feira, outubro 20, 2005
You're beautiful...
My life is brilliant.
My love is pure.
I saw an angel.
Of that I'm sure.
She smiled at me on the subway.
She was with another man.
But I won't lose no sleep on that,
'Cause I've got a plan.
You're beautiful.
You're beautiful.
You're beautiful, it's true.
I saw your face in a crowded place,
And I don't know what to do,
'Cause I'll never be with you.
Yeah, she caught my eye,
As we walked on by.
She could see from my face that I was,
Fucking high,
And I don't think that I'll see her again,
But we shared a moment that will last till the end.
You're beautiful. You're beautiful.
You're beautiful, it's true.
I saw your face in a crowded place,
And I don't know what to do,
'Cause I'll never be with you.
You're beautiful. You're beautiful.
You're beautiful, it's true.
There must be an angel with a smile on her face,
When she thought up that I should be with you.
But it's time to face the truth,
I will never be with you
James Blunt
É linda esta canção....
quarta-feira, outubro 19, 2005
terça-feira, outubro 18, 2005
Descobre as diferenças...
No outro dia perguntaram qual o meu estado civil...
Eu respondi com esta metáfora, se assim lhe poderei chamar:
Dantes, quando ia ao Continente usava carrinho.
Agora uso cestinho.
Dantes o pronome que mais usava era o “nós”.
Agora uso primeiro o “eu”.
Dantes quando ía ao cinema cedia a escolha do filme.
Agora escolho o filme que quero ver.
Dantes acordava abraçada.
Agora acordo abraçada...à almofada.
Dantes queria ser livre.
Agora nem sei o que fazer a tanta liberdade.
Dantes era bom.
Agora faço tudo para que seja melhor.
Eu respondi com esta metáfora, se assim lhe poderei chamar:
Dantes, quando ia ao Continente usava carrinho.
Agora uso cestinho.
Dantes o pronome que mais usava era o “nós”.
Agora uso primeiro o “eu”.
Dantes quando ía ao cinema cedia a escolha do filme.
Agora escolho o filme que quero ver.
Dantes acordava abraçada.
Agora acordo abraçada...à almofada.
Dantes queria ser livre.
Agora nem sei o que fazer a tanta liberdade.
Dantes era bom.
Agora faço tudo para que seja melhor.
segunda-feira, outubro 17, 2005
Cheguei agora da terra...pouca terra, pouca terra...
Hoje, segunda feira, 17ª manhã chuvosa do mês Outubro.
Estava eu dentro do carro, a dirigir-me a reduzida velocidade para o muito e intenso trânsito, quando do meu lado esquerdo vejo uma seta "Estação CP"....
Num impulso, viro o carro e estaciono.
Decidi deixa-lo ali e encaminhei-me para a estação ( há mais de 10 anos que não ia àquela estação ).
Primeira avaliação: "Hum, tem candeeiros, está iluminada, não me parece perigoso quando voltar mais à noitinha"... Agora vou comprar o bilhete. Procurei uma casinha branca onde tinha escrito"Bilheteira". Mas a casinha estava abandonada. Então olhei à minha volta procurando um senhor de meia idade com farda azul ou cinzenta, para delicadamente, lhe perguntar onde poderia comprar um bilhete para Alcântara Terra.... Mas, nada de homenzinho.
Bem, era só o que me faltava entrar no comboio sem bilhete... Enfim, lá perguntei onde era a bilheteira ( deviam pensar que eu vinha da terrinha ).... e lá me disseram que era "aquela máquina mesmo à entrada da estação".... Ai, senti-me tão burra e tão desactualizada.
Enfim, confesso que me soube muito bem vir confortavelmente sentada, ar condicionado, musica clássica, pouca gente, pouco tempo, pouca terra, pouca terra...
Estava eu dentro do carro, a dirigir-me a reduzida velocidade para o muito e intenso trânsito, quando do meu lado esquerdo vejo uma seta "Estação CP"....
Num impulso, viro o carro e estaciono.
Decidi deixa-lo ali e encaminhei-me para a estação ( há mais de 10 anos que não ia àquela estação ).
Primeira avaliação: "Hum, tem candeeiros, está iluminada, não me parece perigoso quando voltar mais à noitinha"... Agora vou comprar o bilhete. Procurei uma casinha branca onde tinha escrito"Bilheteira". Mas a casinha estava abandonada. Então olhei à minha volta procurando um senhor de meia idade com farda azul ou cinzenta, para delicadamente, lhe perguntar onde poderia comprar um bilhete para Alcântara Terra.... Mas, nada de homenzinho.
Bem, era só o que me faltava entrar no comboio sem bilhete... Enfim, lá perguntei onde era a bilheteira ( deviam pensar que eu vinha da terrinha ).... e lá me disseram que era "aquela máquina mesmo à entrada da estação".... Ai, senti-me tão burra e tão desactualizada.
Enfim, confesso que me soube muito bem vir confortavelmente sentada, ar condicionado, musica clássica, pouca gente, pouco tempo, pouca terra, pouca terra...
sexta-feira, outubro 14, 2005
quinta-feira, outubro 13, 2005
Problemas de expressão - Clã
Só pra dizer que te Amo,
Nem sempre encontro o melhor termo,
Nem sempre escolho o melhor modo.
Devia ser como no cinema,
A língua inglesa fica sempre bem
E nunca atraiçoa ninguém.
O teu mundo está tão perto do meu
E o que digo está tão longe,
Como o mar está do céu.
Só pra dizer que te Amo
Não sei porquê este embaraço
Que mais parece que só te estimo.
E até nos momentos em que digo que não quero
E o que sinto por ti são coisas confusas
E até parece que estou a mentir,
As palavras custam a sair,
Não digo o que estou a sentir,
Digo o contrário do que estou a sentir.
O teu mundo está tão perto do meu
E o que digo está tão longe,
Como o mar está do céu.
E é tão difícil dizer amor,
É bem melhor dizê-lo a cantar.
Por isso esta noite, fiz esta canção,
Para resolver o meu problema de expressão,
Pra ficar mais perto, bem mais de perto.
Ficar mais perto, bem mais de perto.
Clã ao vivo no Santiago Alquimista - Lisboa, hoje, dia 13.
quarta-feira, outubro 12, 2005
Para a Ni e para sempre...
“- Anda, vai ver outra vez as rosas. Vais perceber que a tua é única no mundo. Quando vieres ter comigo, dou-te um presente de despedida: conto-te um segredo.
O principezinho lá foi ver as rosas outra vez.
- Vocês não são nada parecidas com a minha rosa! Vocês ainda não são nada – disse-lhes ele. – Não há ninguém preso a vocês e vocês não estão presas a ninguém. Vocês são como a minha raposa era. Era uma raposa perfeitamente igual a outras cem mil raposas. Mas eu tornei-a minha amiga e, agora, ela é única no mundo.
E as rosas ficaram bastante incomodadas.
- Vocês são bonitas, mas vazias – ainda lhes disse o principezinho-. – Não se pode morrer por vocês. Claro que, para um trauseunte qualquer, a minha rosa é perfeitamente igual a vocês. Mas, sozinha, vale mais do que vocês todas juntas, porque foi a ela que eu reguei. Porque foi a ela que eu pus debaixo de uma redoma. Porque foi a ela que eu abriguei com o biombo. Porque foi a ela que eu matei as lagartas. Porque foi a ela que eu ouvi queixar-se gabar-se e até, às vezes, calar-se. Porque ela é a minha rosa.
E então voltou para ao pé da raposa e disse:
- Adeus...
- Adeus – disse a raposa – Vou-te contar o tal segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos...
- O essencial é invisível para os olhos – repetiu o principezinho para nunca mais se esquecer.
- Foi o tempo que tu perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa tão importante.
Os homens já se esqueceram desta verdade – disse a raposa – Mas tu não te deves esquecer dela. Ficas responsável para todo o sempre por aquilo que está preso a ti. Tu és responsável pela tua rosa...- Sou responsável pela minha rosa... – repetiu o principezinho, para nunca mais se esquecer.”
"O principezinho"
"Paciência" - Né Barros
"Paciência" - acrílico s/ tela 1,20 x 1,20 cm - 2005
É com muito gosto que divulgo a exposição de pintura de Né Barros www.nebarros.com
INDEG ( Av. Forças Armadas, Lisboa ), de 13 de Outubro a 02 de Novembro.
Dias úteis: 9h-22h; Sáb: 10h-19h
terça-feira, outubro 11, 2005
segunda-feira, outubro 10, 2005
Democracia feita à maneira...
Qualquer pessoa que queira envolver-se de algum modo na política, através de teorias ou de uma nova ideologia, tem de estar consciente de várias coisas:
Tem de estar consciente que carrega uma enorme responsabilidade intelectual e também de que pode causar danos.
Tem de pensar que não sabe nada e tem de aprender a não simular que sabe aquilo que não sabe. Tem de se auto-criticar e saber aperfeiçoar constantemente as suas teorias sobre o estado e a sociedade.
H.G Welles disse uma vez: “Grown men do not need leaders”. O que significa “Os homens adultos não precisam de um chefe”. No entanto também não devem tentar comportar-se como chefes.
Churchill afirmou “ A democracia é a pior de todas as formas de governo...com excepção de todas as demais”. Com isto queria ele dizer que não há nenhuma forma de governo boa.
A democracia não pode ser melhor do que os democratas. São os democratas que têm de lutar para uma melhor democracia, e isso é decisivo.
É uma parvoíce queixarmo-nos da democracia. A resposta a essas queixas é: “ O que é que tu fizeste para melhorar a democracia?”.
Karl R. Popper
Tem de estar consciente que carrega uma enorme responsabilidade intelectual e também de que pode causar danos.
Tem de pensar que não sabe nada e tem de aprender a não simular que sabe aquilo que não sabe. Tem de se auto-criticar e saber aperfeiçoar constantemente as suas teorias sobre o estado e a sociedade.
H.G Welles disse uma vez: “Grown men do not need leaders”. O que significa “Os homens adultos não precisam de um chefe”. No entanto também não devem tentar comportar-se como chefes.
Churchill afirmou “ A democracia é a pior de todas as formas de governo...com excepção de todas as demais”. Com isto queria ele dizer que não há nenhuma forma de governo boa.
A democracia não pode ser melhor do que os democratas. São os democratas que têm de lutar para uma melhor democracia, e isso é decisivo.
É uma parvoíce queixarmo-nos da democracia. A resposta a essas queixas é: “ O que é que tu fizeste para melhorar a democracia?”.
Karl R. Popper
sexta-feira, outubro 07, 2005
quinta-feira, outubro 06, 2005
Pablo Neruda
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca, não arrisca vestir uma cor nova e não fala com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro ao invés do branco e os pontos nos iis a um redemoinho de emoções, exactamente o que resgata o brilho nos olhos, o sorriso nos lábios e coração aos tropeções.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho.
Morre lentamente quem não se permite, pelo menos uma vez na vida, ouvir conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja, não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem passa os dias a queixar-se da sua má sorte, ou da chuva incessante.
Morre lentamente quem destrói o seu amor próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem abandona um projecto antes de iniciá-lo, nunca pergunta sobre um assunto que desconhece e nem responde quando lhe perguntam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em suaves porções, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples ar que respiramos.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro ao invés do branco e os pontos nos iis a um redemoinho de emoções, exactamente o que resgata o brilho nos olhos, o sorriso nos lábios e coração aos tropeções.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho.
Morre lentamente quem não se permite, pelo menos uma vez na vida, ouvir conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja, não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem passa os dias a queixar-se da sua má sorte, ou da chuva incessante.
Morre lentamente quem destrói o seu amor próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem abandona um projecto antes de iniciá-lo, nunca pergunta sobre um assunto que desconhece e nem responde quando lhe perguntam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em suaves porções, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples ar que respiramos.
terça-feira, outubro 04, 2005
Já sabes o que queres ser?
A toda a hora te dizem para saíres
Queres sair, mas fecharam-te aqui
A toda a hora te pedem para partires
Ir para onde, se sempre aqui estiveste
Ir para onde, se foi aí dentro que cresceste
Buscas a origem ou a matriz
Sente na pele quanto custa o que aprendeste
Não acredites em tudo o que se diz
Não acredites no que não viveste
A toda a hora te dizem para seres Tu
Tu és o que queres mostrar
Tu és o que querem ver
Mostras o melhor e o pior
Porque razão ?
Mostras o bom e o mau
E então ?
A vida por ti a passar
E tu passas p’la vida a correr
Já pensaste no que vais mudar
Já sabes o que queres ser?
***desenho de Carlos Alberto Fernandes
segunda-feira, outubro 03, 2005
Fui à cinema...teca
Let There Be Light realizado por John Huston em 1946, é um dos vários documentários sobre a II Guerra mundial, em que mostra na íntegra e sem efeitos especiais ou falsos dramas, alguns soldados sobreviventes que foram internados num hospital psiquiátrico.
Este documentário utiliza imagens reais ( preto no branco), apenas suprimindo a identidade ( nome) dos soldados, agora civis.
Mostra-nos as sessões de terapia, individual e em grupo e constatamos a recuperação quase integral, durante 8 semanas de internamento.
Só nos anos oitenta é que Let There be Light deixou de ser proibido pelo governo dos EUA, pois a mensagem nele contida contradizia com a propaganda feita na altura, mostrando o regresso dos jovens heróis sãos e salvos, sem nunca referir os tantos que, apesar de estarem vivos fisicamente, estavam com graves problemas psicológicos/ depressões, que os impediam de regressar normalmente à vida civil.
Uns com perturbações na fala ( gaguez, tiques nervosos), outros na locomoção, outros ainda com amnésia. Consequências e manobras de defesa de origem psíquica, alusivas a uma tão traumática experiência chamada guerra.
A finalidade deste documentário prendeu-se com a necessidade de mostrar aos empregadores americanos como estes jovens, apesar de tudo o que passaram, após este internamento e a sua progressiva recuperação, estavam aptos a abraçar uma profissão que os dignificasse e para a qual tinham força, tanto física como emocional.
Por último, a mensagem que ficou é que para além do “pão” e da “sabedoria”, o Homem tem como necessidades fundamentais, o sentir-se útil, receber carinho e estímulos para viver melhor e que é muito natural ter-se medo. Eles tiveram.
www.cinemateca.pt