sexta-feira, agosto 29, 2008

Vives em mim



É difícil descrever
ainda mais sentir
como é adormecer
vendo-te sorrir

Abraças-me ao anoitecer
embalas o meu sono
beijas-me ao amanhecer
terá sido tudo um sonho?

Preenches os meus dias,
em vão...
vives em mim
acalmas as noites frias
num sopro sem fim
...solidão!
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** poema de aprendiz
***fotografia de Michel Vaerewijck
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o blog da aprendiz celebra 3 anos de existência!
Dedico este poema a todos os amigos e amigas que, em alguns momentos da vida possam sentir essa solidão.
Mesmo no dia mais soalheiro, mesmo rodeado de pessoas, mesmo assim, de vez em quando, vem aquele abraço vazio!
Para preencherem esse abraço, sabem que eu estou aqui!

quarta-feira, agosto 06, 2008

A filosofia e o Feminino

Zaratustra (emergindo da sombra de Nietzsche): O homem deve ser educado para a guerra, a mulher para o repouso do guerreiro: fora disto tudo é loucura. O guerreiro não gosta dos frutos adocicados. É por isso que ele ama a mulher; há amargura mesmo na mais doce das mulheres. A mulher melhor do que o homem compreende as crianças, mas o homem é criança, mais do que a mulher. Todo o homem digno desse nome oculta em si uma criança que quer brincar. Assim, mulheres, cuidai de descobrir a criança escondida no homem. Que a mulher seja um brinquedo, puro e delicado semelhante ao diamante, brilhando com as virtudes de um mundo que não existe ainda. Fazei entrar no vosso amor o reflexo de uma estrela longínqua. Que a vossa esperança seja: “Possa eu dar à luz o super-homem!” Que vosso amor seja corajoso! Fortalecidas pelo vosso amor, atacai aquele que vos inspira medo. Ponde a vossa honra no vosso amor. A mulher, aliás, pouco sabe da honra. Mas a vossa honra está em amar mais do que sois amadas e em nunca ficardes em dívida. Que o homem tema a mulher que ama, pois ela não recuará perante sacrifício algum, e tudo o resto lhe parecerá sem valor. Que o homem tema a mulher que odeia, pois o homem, no fundo do seu coração, é maldoso, mas a mulher é malévola. (Qual é o homem que a mulher acima de tudo odeia? O punhal diz ao amante: “É a ti que, acima de tudo, odeio, pois me atrais mas não és suficientemente forte para me guardares junto de ti.”


A felicidade do homem é dizer: “Eu quero”. A felicidade da mulher é poder dizer: “Ele quer”; assim pensa a mulher, quando por amor obedece. E a mulher tem necessidade de obedecer e de dar profundidade à sua superfície. A alma da mulher é superficial, como as águas de um lago sob a tempestade. Mas a alma do homem é profunda, a sua corrente ruge através de grutas subterrâneas: a mulher pressente essa força, mas não a compreende. (Assim Falava Zaratustra: "Das Mulherzinhas Jovens e Velhas", pp. 69 e 70).


**Assim Falava Zaratustra. 4.ª ed. Lisboa : Ed. Presença e Liv. Martins Fontes : 1978