Fui à cinema...teca
Let There Be Light realizado por John Huston em 1946, é um dos vários documentários sobre a II Guerra mundial, em que mostra na íntegra e sem efeitos especiais ou falsos dramas, alguns soldados sobreviventes que foram internados num hospital psiquiátrico.
Este documentário utiliza imagens reais ( preto no branco), apenas suprimindo a identidade ( nome) dos soldados, agora civis.
Mostra-nos as sessões de terapia, individual e em grupo e constatamos a recuperação quase integral, durante 8 semanas de internamento.
Só nos anos oitenta é que Let There be Light deixou de ser proibido pelo governo dos EUA, pois a mensagem nele contida contradizia com a propaganda feita na altura, mostrando o regresso dos jovens heróis sãos e salvos, sem nunca referir os tantos que, apesar de estarem vivos fisicamente, estavam com graves problemas psicológicos/ depressões, que os impediam de regressar normalmente à vida civil.
Uns com perturbações na fala ( gaguez, tiques nervosos), outros na locomoção, outros ainda com amnésia. Consequências e manobras de defesa de origem psíquica, alusivas a uma tão traumática experiência chamada guerra.
A finalidade deste documentário prendeu-se com a necessidade de mostrar aos empregadores americanos como estes jovens, apesar de tudo o que passaram, após este internamento e a sua progressiva recuperação, estavam aptos a abraçar uma profissão que os dignificasse e para a qual tinham força, tanto física como emocional.
Por último, a mensagem que ficou é que para além do “pão” e da “sabedoria”, o Homem tem como necessidades fundamentais, o sentir-se útil, receber carinho e estímulos para viver melhor e que é muito natural ter-se medo. Eles tiveram.
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