sexta-feira, abril 21, 2006

Estado Novo - Lição nº 03

As próprias acções humanitárias são punidas severamente: o cônsul de Bordéus, Aristides de Sousa Mendes, é expulso da carreira diplomática, proibido de exercer advocacia e, Salazar deixa-o morrer na mediania porque salvou mais de trinta mil pessoas da morte ou da prisão. Segundo Salazar, o seu acto podia pôr em causa a neutralidade portuguesa e trazer graves consequências para o país.
Salazar evita o conflito a todo o custo: negocia com uns, negocia com outros, e torna-se implacável quando está em causa a ordem nacional.
A 17 de Março de 1939 é assinado com a Espanha de Franco um Tratado de Amizade e não Agressão. Reforça-se a Aliança Inglesa, estreitam-se os laços de amizade com o Brasil.
A 7 de Maio de 1940 é assinada a Concordata com a Santa Sé e o Acordo Missionário. Eram restabelecidos os direitos da Igreja. Proibia-se o divórcio nos casamentos católicos.
Neste mesmo ano realiza-se a Exposição do Mundo Português que serviu para comemorar oitocentos anos de independência.
A Exposição foi o símbolo da força e das potencialidades dos portugueses: sempre capazes de renascer do nada desde que usem a inteligência e nunca desistam de alcançar o que pretendem.
Em 1942 rebenta um surto de greves contra a falta de bens essenciais, aumento de preços, ausência de liberdade sindical. São presos Militão Ribeiro, Júlio Fogaça, Pedro Soares, Pires Jorge e outros.
Em finais de 1943, Salazar funda a casa dos Estudantes do Império.
Em 10 de Junho de 1944 é inaugurado o Estádio Nacional.
Em 1948, Adriano Moreira é preso por responsabilizar o Ministro da Guerra pela morte do General Marques Godinho. O padre Abel Varzim é castigado por usar um estilo marxista, no jornal "O Trabalhador"
O desenvolvimento do país continua a processar-se a um ritmo lento, mas muito seguro. Em 1953 são postos em prática os planos quinquenais (de cinco em cinco anos) ou Planos de Fomento, para que o desenvolvimento do país se processe racionalmente e, com metas de longo prazo, a serem cumpridas em tempos determinados.
O multimilionário arménio, Calouste Gulbenkian, grato pela hospitalidade portuguesa e pela afabilidade do povo português oferece a Portugal uma Fundação, de nível mundial, com o seu nome, destinada a proteger as artes, as ciências e os mais carenciados.
A entrega de Salazar ao país era total. A sua honestidade exemplar. Mas o país nem sempre aceitou, de bom grado, a condução paternalista de um homem só obcecado em trabalhar e poupar.

** prof. Cunha Simões

4 Comments:

Blogger Unknown said...

Uma sugestão Aprendiz... tira uma das estrelas (*) ao prof :-)pleaseeeee.....

o cônsul Aristides de Sousa Mendes salvou de facto muitos milhares de pessoas, segundo julgo saber judeus na maior parte... acho que foi homenageado ha poucos anos pela comunidade judia.

"O desenvolvimento do país continua a processar-se a um ritmo lento, mas muito seguro." deixem-me rir!!! era tão lento, tão lento que até tinha "sinal negativo": progresso para tras!

Precisão: o Sr Gulbenkian não era arménio! Nasceu em Istanbul... eis o que diz o site da sua Fundação:
"Calouste Gulbenkian nasceu em Scutari, Istambul, a 23 de Março de 1869, filho de Sarkis e Dirouhie Gulbenkian, membros de uma ilustre família arménia cujas origens remontam ao século IV.
Os seus antepassados, os Princípes de Rechduni, possuíam feudos no sul do Lago Van na Arménia. No século XI, com o rei Senekerim de Vaspurakan no trono, os Rechduni estabeleceram-se em Cesareia, Capadócia, um dos mais antigos berços do Cristianismo oriental. Aqui adoptaram o patronímico Vart Badrik, um título nobiliárquico bizantino. Foi quando os Otomanos chegaram ao poder, no século XVII, que o patrónimo Vart Badrik foi substituído pela forma turca de Gulbenkian.
Geração após geração, durante os quatro séculos que permaneceu na Capadócia, a família Gulbenkian sempre se dedicou ao mecenato das artes e a obras de beneficência."

9:49 da manhã  
Blogger Unknown said...

Uma sugestão Aprendiz... tira uma das estrelas (*) ao prof :-)pleaseeeee.....

o cônsul Aristides de Sousa Mendes salvou de facto muitos milhares de pessoas, segundo julgo saber judeus na maior parte... acho que foi homenageado ha poucos anos pela comunidade judia.

"O desenvolvimento do país continua a processar-se a um ritmo lento, mas muito seguro." deixem-me rir!!! era tão lento, tão lento que até tinha "sinal negativo": progresso para tras!

Precisão: o Sr Gulbenkian não era arménio! Nasceu em Istanbul... eis o que diz o site da sua Fundação:
"Calouste Gulbenkian nasceu em Scutari, Istambul, a 23 de Março de 1869, filho de Sarkis e Dirouhie Gulbenkian, membros de uma ilustre família arménia cujas origens remontam ao século IV.
Os seus antepassados, os Princípes de Rechduni, possuíam feudos no sul do Lago Van na Arménia. No século XI, com o rei Senekerim de Vaspurakan no trono, os Rechduni estabeleceram-se em Cesareia, Capadócia, um dos mais antigos berços do Cristianismo oriental. Aqui adoptaram o patronímico Vart Badrik, um título nobiliárquico bizantino. Foi quando os Otomanos chegaram ao poder, no século XVII, que o patrónimo Vart Badrik foi substituído pela forma turca de Gulbenkian.
Geração após geração, durante os quatro séculos que permaneceu na Capadócia, a família Gulbenkian sempre se dedicou ao mecenato das artes e a obras de beneficência."

Venha a lição n° 4 !!!!

10:18 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Essa biografia é muito lisonjeira para Salazar em relação ao episódio do Aristides de Sousa Mendes. Demasiado lisonjeira, como em relação a outros episódios.
Aristides de Sousa Mendes não morreu na mediania. Morreu na miséria e cheio de dívidas, em 1954. Sacrificou o bem-estar pessoal e da família (família grande, ele teve 14 filhos) para salvar dezenas de milhares de perseguidos pelos nazis (entre eles muitos judeus). Entre 1939 e 1940 passou cerca de dezenas de milhares de vistos (fala-se em cerca de 30 000 ) que permitiram a muita gente fugir aos carrascos nazis através de Portugal. Isto apesar de várias ordens expressas de Salazar para que não fossem passados vistos sem autorização de Lisboa. Mas continuou a passá-los até que 2 funcionários portugueses se deslocaram a Bordéus para o destituir do cargo. E depois de um ano de suspensão da carreira diplomática Salazar impôs-lhe a aposentação sem qualquer vencimento, a proibição de exercer a advocacia e até a carta de condução lhe foi retirada.

Em 1966 o Yad Vashem, a autoridade Israelita para a memória dos mártires e dos heróis do holocausto homenageou Aristides de Sousa Mendes com a mais alta distinção e atribui-lhe o título de “Justo Entre as Nações”.
Só em 1987 o nosso país inicia o processo de reabilitação com as desculpas à família e condecorou-o a título póstumo com Ordem da Liberdade.

Aproveito para deixar aqui a minha homenagem a esse Grande Homem. Se alguém me pedisse para referir o nome de um herói português eu não teria a menor dúvida em apontar um nome: Aristides de Sousa Mendes.
ZC

5:52 da tarde  
Blogger Aprendiz said...

bem, afinal as lições do estado novo são dadas também pelo peleas e pelo ZC

a aprendiz aprende e agradece a vossa colaboração..Mesmo!!!

Obrigada

:o)

10:45 da tarde  

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