sexta-feira, setembro 02, 2005

Boop Oop a Doop


“Quando Betty Boop surgiu em desenho animado (1930), a intenção era que ela formasse um par romântico com “Bimbo” – um cachorrinho criado nos estúdios de Max Fleischer para concorrer com Mickey Mouse. É por isso que Betty surgiu originalmente como uma cadela. Ela, inclusive, trabalhava no mesmo cabarét onde Bimbo cantava. Ironicamente, Betty ficou mais famosa do que Bimbo, e acabou por alcançar o papel principal dos desenhos de Fleischer. A próxima etapa, foi transformá-la em mulher, enquanto Bimbo permaneceu como cãozinho.
Betty apareceu num período muito conturbado da história americana, no meio da guerra de gangsters e a queda da Bolsa de Valores de Nova Iorque. Ao contrário do que muitos pensam, as pessoas daquela época eram mais liberais a respeito do sexo. Tanto que, os primeiros cartoons de Betty Boop possuíam mensagens bem explícitas. Ela usava vestidos sem mangas e bem acima dos joelhos. Isto, quando eles não eram transparentes.
Mas, a partir de 1935, os desenhos começaram a mostrar uma Betty diferente. Ora, retratada como uma secretária, ora como uma dona de casa, ou professora e até mesmo, como baby sitting.
Em 1935, o “Hays Act” ( Acto Hays) foi instituído. Uma medida que tinha por finalidade, “limpar os media”, censurando filmes e desenhos animados. É óbvio que a sensual Betty Boop estava na mira dessa lei.
Em Novembro de 1984 voltou a produzir-se “quadradinhos” da Betty Boop e continua, ainda hoje – graças a originalidade de sua temática, sua sensualidade e ingenuidade – a ter um lugar de destaque no maravilhoso “mundo da BD””
*Texto adaptado de matérias publicadas originalmente em Opera King nº 7 (outono de 2003)