Quem és, de onde vens e para onde vais?
Em 21 de Dezembro de 1805, morre. Nas ruas de Lisboa, apregoava-se e vendia-se a cruzado novo centenas de exemplares do Improviso de Bocage (...)
"Ironia de um destino infeliz que se prolongou para além da morte, Bocage é hoje ainda para o rural analfabeto da mais remota aldeia, para o garoto precoce das ruas, para a regateira dos mercados de Lisboa, apenas um grande farsola, descarado e vadio, que dava respostas a tempo e tratava as coisas pelo nome."
Texto extraído da obra «Bocage No Seu Tempo», Luís Dantas, Edições Ceres, Lisboa, 2000
"Já Bocage não sou!... À cova escura
Meu estro vai parar desfeito em vento...
Eu aos Céus ultrajei! O meu tormento
Leve me torne sempre a terra dura.
Conheço agora já quão vã figura
Em prosa e verso fez meu louco intento.
Musa!... Tivera algum merecimento,
Se um raio da razão seguisse, pura!
Eu me arrependo; a língua quase fria
Brade em alto pregão à mocidade,
Que atrás do som fantástico corria:
Outro Aretino fui...
A santidadeManchei... Oh! se me creste, gente impia,
Rasga meus versos, crê na Eternidade!"
"Ironia de um destino infeliz que se prolongou para além da morte, Bocage é hoje ainda para o rural analfabeto da mais remota aldeia, para o garoto precoce das ruas, para a regateira dos mercados de Lisboa, apenas um grande farsola, descarado e vadio, que dava respostas a tempo e tratava as coisas pelo nome."
Texto extraído da obra «Bocage No Seu Tempo», Luís Dantas, Edições Ceres, Lisboa, 2000
"Já Bocage não sou!... À cova escura
Meu estro vai parar desfeito em vento...
Eu aos Céus ultrajei! O meu tormento
Leve me torne sempre a terra dura.
Conheço agora já quão vã figura
Em prosa e verso fez meu louco intento.
Musa!... Tivera algum merecimento,
Se um raio da razão seguisse, pura!
Eu me arrependo; a língua quase fria
Brade em alto pregão à mocidade,
Que atrás do som fantástico corria:
Outro Aretino fui...
A santidadeManchei... Oh! se me creste, gente impia,
Rasga meus versos, crê na Eternidade!"
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