sexta-feira, setembro 30, 2005

Lição de quimica e filosofia - Arthur Shopenhauer


"Para uma inclinação verdadeiramente apaixonada é necessária uma condição que só podemos exprimir por uma metáfora tirada da quimica: as duas pessoas devem neutralizar-se, como um ácido e um álcali formam um sal neutro"


"Cada um ama o que lhe falta"


Concordas?

7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Obviamente, não! :)))

Repara na última palavra da primeira frase... Segundo ela, o final é a neutralidade.

Não consigo discordar mais. O amor-paixão é um valor em que a soma das partes pode ser superior ao total e não apenas a "neutralização" das parcelas.

No entanto, concordo que muitas das pessoas que conheço aplicam essa máxima e no final acabem "neutralizadas"...

Por mim, prefiro continuar a acreditar na "soma dos positivos"

Além disso, se apenas amássemos o que nos falta, verificar-se-ia que os pobres de espírito teriam uma enorme apetência para amar enquanto que as pessoas desenvolvidas espiritualmente não sentissem necessidade de amar... Achas que isto se verifica assim?

Ass: ptR

6:53 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Olá ptR!
parece que não estou de acordo contigo. Queres ver?

Não percebo de quimica, mas o que entendo desta metáfora do filósofo, é que os apaixonados devem manter-se neutros/independentes como elementos equilibrados sem serem destrutivos ou nocivos um para o outro.
Quanto à frase “Cada um ama o que lhe falta”, entendo que haja um atracção “positiva” em que os aspectos em evidência de um complementam as “carências” do outro.
Por exemplo quando ouvimos falar em “cara metade” ou “alma gémea”, na minha opinião não será a busca do outro ser como nosso reflexo, mas antes como um elemento que nos valorize e nos estimule.
Penso que é fácil amar no outro o que nos falta. O que achamos que nos complementa, que acrescenta algo de novo, quer seja a nível intelectual, físico, emocional ou social.
Quanto aos pobres de espírito e aos desenvolvidos espiritualmente, têm isto em comum: Amar e ser Amados.

:o)
beijitos

9:48 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

"os apaixonados devem manter-se neutros/independentes como elementos equilibrados sem serem destrutivos ou nocivos um para o outro."

É justamente nesta frase que eu vejo uma contradicção: ser neutro implica abdicar de particularidades (seja elas positivas ou negativas) que definem a personalidade da pessoa. Ser neutro implica destruir a própria personalidade.

Saindo do campo metafísico (onde podíamos ficar eternamente a trocar lugares-comuns, todos eles válidos), o ponto desta perspectiva onde "quero bater" é na colocação do fasquia da felicidade e realização no encontro com a "alma-gémea" (para mim, são coisas independentes uma da outra: podem andar em conjunto; pode apenas acontecer uma delas; pode não acontecer nenhuma)

Em jeito de brincadeira, se as pessoas esquecessem a "alma gémea" (que acabam por nunca encontrar realmente) e se preocupassem mais em descobrir a felicidade por elas próprias, o mundo era um sítio muito mais feliz (e realizado) :)))

É por isso que não consigo concordar com estas "fórmulas" que passam sempre por encontrar alguém que nos complete... Porque é que uma pessoa não pode ser completa SÓZINHA?

Sugestão de resposta: porque é muito mais fácil termos um pretexto para não sermos felizes... "Ah e tal, ainda não encontrei a pessoa certa!" Pois é, mas a pessoa certa somos nós próprios... ;)

Ass: ptR

4:47 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Na minha prespectiva esta 1ªfrase pode ter duas interpretações,a quimica, em que o neutro se ve como completar e equilibrar , ou seja numa relação as pessoas devem atingir a solução ideal de maneira a haver harmonia um com o outro , porque ninguem é feliz em conflito,e na quimica estas duas componentes formam o neutro ou seja a solução ideal e estavel.

Ou pode ter uma segunda interpretação se virmos a classificação neutro como uma anulação, ou seja numa relação as pessoas neutralizarem a vida um do outro,abafarem por assim dizer a maneira de estar e as coisas que individualemnte fazem o outro feliz de maneira a terem um monopolio da pessoa que teem ao lado, porque muitos esquecem se que por haver o "nós" não deixa de haver o "eu " e que foi esse "eu" que fecundou o "nós".

Mas axo que o intuito do autor da frase era fazer uma comparação positiva.Logo a Primeira interpretação

"Cada um ama o que lhe falta"
ESta frase sinceramente axo que é filosofia barata.Nem merece comentário.

5:52 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

P:S:Exprimi a minha analise vendo a coisa na prespectiva de uma relação mas axo que o mesmo se aplica a cada ser individual, ate porque na minha opiniao pessoal se não estamos bem conosco ,tb não estamos bem para os outros, e o ser " feliz" não passa por ter alguem, ha quem seja feliz sozinho, isso cada um com a sua necessidade, essa pressão " do a dois" é uma perfeita estupidez.

6:01 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Olá ptR e Lolita!

Resumo:

Quanto à expressão "neutralizar" no contexto da metáfora é uma questão de interpretação, pelo que cada um de nós já explicou o seu ponto de vista.

Relativamente à outra frase do filósofo, a lolita não comenta, e o ptR refere que a pessoa certa somos nós mesmos e eu concordo plenamente.

Em primeiro lugar devia vir sempre o pronome "eu".
Há quem conjugue os pronomes pessoais do fim para o principio.
Pensem um pouco nisso.

beijitos

:o)

12:46 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Como química, a minha interpretação resume-se ao seguinte: o termo "neutralização" é um termo técnico pelo que talvez não deva ser interpretado à letra. Penso que o importante é que o resultado da tal "neutralização", que significa união, é sempre uma molécula com ligações muito mais fortes que cada uma das outras individualmente. É uma espécie de "a união faz a força e o equilíbrio".

Quanto ao "cada um ama o que lhe faz falta", concordo. Não na perspectiva de amarmos o que não temos e achamos que nos faz falta, mas na perspectiva de que se não nos faz falta, tanto nos faz se temos ou não. Às coisas que não nos fazem falta, somos indiferentes e, consequentemente, não as amamos.
Não vejo isto como "alma gémea" ou "cara metade", vejo num sentido mais lato em que se temos algo e sentimos muito a falta quando deixamos de ter, é porque era realmente importante para nós.

10:35 da tarde  

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