quarta-feira, outubro 17, 2007

Conto árabe - Sherazade e as mil e uma noites


Sherazade e as mil e uma noites: o narrar como acto vital.

Tudo começa com a história do rei Shariar. Ele descobre que está sendo traído pela esposa, que tem um servo como amante, e, enfurecido, mata os dois. Depois, toma uma decisão terrível: a cada noite, vai se casar com uma nova mulher e, na manhã seguinte, ordenar sua execução, para nunca mais ser traído. Assim procede por três anos, causando medo e lamentações em todo o reino. Um dia, a filha mais velha do primeiro-ministro do rei, a bela e sábia Sherazade, diz ao pai que tem um plano para acabar com a barbaridade do rei. Para aplicá-lo, porém, ela precisa casar-se com ele. Horrorizado, o pai tenta convencer a filha a desistir da idéia, mas Sherazade estava decidida a acabar de vez com a maldição que aterroriza a cidade.

Quando chega a noite de núpcias, sua irmã mais nova, Duniazade, faz o que sua Sherazade havia pedido. Vai de madrugada até o quarto dos recém-casados e, chorando, pede para ouvir uma das fabulosas histórias que a irmã conhece. Sherazade começa então a narrar uma intrigante história que cativa a atenção do rei, mas não tem tempo de acabar antes do amanhecer. Curioso para saber o fim do conto, Shariar concede-lhe mais um dia de vida. Mal sabe ele que essa seria a primeira de mil e uma noites! As histórias de Sherazade, uma mais envolvente que a outra, são sempre interrompidas na parte mais interessante. Assim, dia após dia, a sua morte vai sendo adiada.

Devem estar a pensar que Sherazade tinha um vasto repertório de histórias para contar... Bem, por mais fértil que fosse sua imaginação, seria impossível inventar tanta coisa ou ler tantos livros! Na verdade, a forma como Sherazade aprendeu todos esses contos explica também outro mistério da obra: ela não tem autor! Parece estranho, mas a explicação é simples: as histórias de As mil e uma noites eram contadas de uma pessoa para outra, estavam na boca do povo! Ninguém sabe quem as inventou; fazem parte da tradição oral do povo árabe, com seus contadores de histórias que reuniam multidões nas ruas e mercados.

Não se sabe ao certo quando os contos foram passados para o papel. A primeira versão do livro, Mil contos, surgiu na Pérsia (atual Irã, onde se passa a história de Sherazade) por volta do século 10. O nome que conhecemos só veio depois, com os árabes. Muito supersticiosos, eles acreditavam que números redondos atraíam coisas ruins. Passaram o nome então para As mil e uma noites. Porém, como o original do livro nunca foi encontrado, há versões diferentes para a história de Sherazade. O final, no entanto, é sempre o mesmo...

Julia Dias Carneiro

11 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Shariar... era velho? Como na fotografia? Sherazade, então...

... o porco...

11:55 da tarde  
Blogger Henrik said...

Mnemónica. A tradição oral aqui falada..blogue interessante;)

9:10 da tarde  
Blogger Aprendiz said...

Olá Roque

A ilustração nada tem a ver com o conto, no entanto gostei tanto dela que a resolvi colocar aqui.

Todos nós guardamos - no imaginário, a imagem do avôzinho a contar histórias e todos nós gostaríamos de ter, no sotão, um baú com as recordações preciosas da infância.

Caranguejos que o digam!!!

Olá e bem-vindo Henrik!
Obrigada por escutares o conto da sherazade.
Conto ter-te por aqui mais vezes.

:o)

3:22 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

♥kkkkkk conta outra kkkkkk♥

5:25 da tarde  
Anonymous elton said...

é a melhor história(s) do milenio...

2:44 da tarde  
Blogger Aprendiz said...

Olá Elton!

:)) também gosto muito desta história!

Vou procurar outra história quase tão bonita como esta ! porque afinal, já disse que esta é a mais bonita!

Bem-vindo ao meu blog !

1:15 da tarde  
Blogger Gabriel Batista said...

Parabéns pelo blogge

5:40 da tarde  
Blogger Aprendiz said...

Obrigada Gabriel!

bem-vindo !!!

:)

12:40 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

o meu professo pedi eu fazer um adaptação conto pra hq


jose ricardo

8:39 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

o meu professor pedi pra eu fazer um adaptação conto pra hq

8:41 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Adorei os eu blog!
Ótima história!
Parabéns!
:)

11:05 da tarde  

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