segunda-feira, março 27, 2006

Eras capaz de emigrar ? porquê? para onde ?


Ácido : a festa e o absurdo
Teatro da Garagem

“(…) Era como se o único espaço psicologicamente habitável fosse aquele que se deixou para trás e o único espaço fisicamente disponível correspondesse àquele que caracterizou as circunstâncias concretas da viagem.
Daí talvez a ideia de que o Lugar para onde me desloco ou onde chego é, no pior dos casos, uma extensão do contentor ou do camião que me transportou e, na melhor das situações, o BMW que finalmente consegui adquirir.
Finalmente, há a considerar a dinâmica que se verifica entre o que de sedução e risco envolve as histórias de migração. A festa e o absurdo, que cintilam de igual modo, na nossa existência quotidiana e televisiva, emergem na exploração destes dois aspectos. É aí que tudo se joga: na diferença entre um baile na aldeia de origem, no mês de Agosto, e o caso dos 58 chineses que, em pleno século XXI, morreram sufocados, num contentor de tomates, a tentar atravessar o Canal da Mancha. Vivência do espaço.”

David Antunes


Fui ver a peça Ácido, que terminou ontem no Teatro Taborda e lamento não ter visto antes, para a poder recomendar aqui, porque valeu a pena.
Num tom jucoso a roçar a sátira, aborda-se o tema emigração, tendo como ponto de partida e de inspiração a tragédia que vitimou 58 chineses dentro de um contentor, tentando atravessar o canal da mancha.
Tudo isto num registo absurdo, cómico e irónico.


Aproveito este tema para perguntar qual de vocês pensaria emigrar ( note-se que "emigrante" é quem vai para fora e "imigrante" é quem vem para dentro, simplificando a coisa)...

Emigrar para onde?, porquê e como ?

9 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Emigrava...pra onde fosse mais simples viver... onde n houvesse ganancia e hipocrisia...onde toda a gente se cumprimentasse, nem q fosse com um simples olhar... ah mas com uma condição tinha de levar todos aqueles que me são queridos... ah e tb levava a minha casa...começo-me a apegar a ela...já n era sem tempo???
Ah e outra coisinha...tinha de ser um sitio onde houvesse á venda nos supermercados embalagens de boa disposição e optimismo... Era sempre a bombar!!!

E pra próx espero q me ligues menina fatinha...

1:03 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Eu emigrava sem olhar para trás. Nem importava muito para onde. Onde me sentisse bem. E se não sentisse emigrava para outro sítio e assim em diante até encontrar um sítio onde me sentisse bem. Podia ser no Alasca, na China, na Arábia Saudita ou na Palestina...
ZC

6:03 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Para mim , nao custava nada emigrar...eu que ja sou um migrado, nem levava nada porque tudo está á distancia de um "enter"!

E para a proxima veja se me convida para ir ao teatro...

Aviator

9:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Eu sou um emigrante ou melhor um VIAJANTE. já vivi em vários países tenho 35 anos e ja me questionei muito porque o fiz?

Tudo começou com 14 anos, as primeiras viagens e a pergunta é: Uma procura ou uma fuga?? ambas!

Para mim foi um processo de libertação de todas as condicionantes existentes no local onde cresci. O mais interessante é que já cheguei à conclusão que o final deste caminho de libertação termina no nosso regresso a casa, quando conseguimos ser totalmente LIVRES nesse lugar condicionado!

Nota: Sugiro o livro " A Ignorância" do Milan Kundera que fala no regresso a casa de um emigrante.

Fatinha força com o blog que nós os que estamos longe gostamos muito!

9:19 da tarde  
Blogger Aprendiz said...

Querida Anuska!
Já vi que não conseguias emigrar, pois ias ter tanta coisa para levar...os amigos, a familia, a "casa"(??) eheh
No entanto, os pacotes de boa disposição e optimismo não estão no supermercado, estão dentro de ti, só que tens que os colocar na prateleira mais a jeito de pegar e não mais largar...
:o)


Olá ptR,
sei que és tb tu um viajante e sei que consegues ir muito longe, mas acabas sempre por voltar e ainda bem!!!
A Nova Zelândia está-te atravessada e aposto que em breve lá estarás!
Em portugal tb há Elfos..eh eh
Boas viagens e bons regressos!

Olá ZC!
Não conhecia essa tua faceta de nómada, pensei que viajasses muito mas que não quisesses ficar por lá!
No entanto, Arábia saudita??? tens a certeza???
eh

Aviator!
como o próprio nome indica, tu deves passar a vida no ar!
Aposto em como levavas uma coisa:
ou duas ou três: máquinas fotográficas...acertei?

João...gipsy king!!!
o verdadeiro emigrante e imigrante!!!
Do Porto para o resto do mundo!
Tenho esse livro do Kundera sim. Muito bom, como todos os outros dele.
Fico muito contente por saber que no Leste também se lê o aprendizdeti.
Quando puderes, manda fotos daí para eu partilhar com todos. Sim?
:o)

11:42 da tarde  
Blogger Aprendiz said...

Já uma vez referi q admirava a coragem de quem troca o certo pelo incerto e se aventura num país distante, enfrentando muitas adversidades, barreiras e dificuldades.
Penso que a geração dos nossos pais fez isso. A nossa geração já não emigra. Apenas tenta a sorte por uns tempos mas sem planos de ser para a vida, ou pelo menos até à "reforma".
Emigramos por uns meses para estudar, para conhecer, para aproveitar o melhor de cada sítio, mas sempre com o intuito de voltar em breve para o aconchego do lar.
Quanto aos imigrantes, a esses recebemos uns melhores que outros, toleramos mais ou menos, consoante a disposição e necessidade ou utilidade de cada um.

Apesar de nem tudo ser ou estar certo, fico-me por cá.
Na incerteza do futuro, fico com o melhor do presente, aqui no meu cantinho...

:o)

11:55 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Sem dizer os lugares comuns do que fazia ou nao...as unicas coisas que levava eram as minhas maquinas fotograficas!!!

Aviator...tambem conhecido como o "anti-chaimite"

1:55 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Bem, confesso que a Arábia Saudita não é o país que mais me atrai. Tem muita areia, é muito quente, muitos camelos, e pior do que isso, as mulheres andam demasiado tapadas. Era para contrastar com o Alasca que tem muita neve, muito frio, muitos ursos, e pior do que isso as mulhres andam demasiado agasalhadas (afinal o contraste não é lá muito grande...). Mas pronto, troco a Arábia pela Libia. Ou pela Mongólia, sei lá. Também não era pra ficar eternamente...
ZC

4:27 da tarde  
Blogger Aprendiz said...

Olá aviator!
Tu só vais para onde não há chaimites. Eu Também não gosto de chaimites...eheh

Olá ZC!
mas que mania do médio oriente!
Mas ok! eu não vou reclamar.
Cada um emigra para onde quer.

Olá PtR!
Marrocos é uma ideia sim, mas vocês por acaso estão a confundir férias com emigração? ehhe
quanto a dizer mal dos árabes, podes dizer mal à vontade, não podes é fazer bonecos!!!

:o)

8:04 da tarde  

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